ESPELHO ARTE
A arte é um espelho.
Mas não é o espelho que nós estamos habituados a encontrar toda manhã.
O espelho da arte não se mostra a um olhar apressado, ele mais se aproxima do que é a primeira página de um livro há muito esperado, mas que nem se sabia esperado.
É preciso dedicar tempo, degustar cada frase, os conflitos, os personagens, o desenrolar da história.
Mas não é qualquer história.
É uma história de encantamento que só a Beleza sabe contar.
O belo da Monalisa, um prelúdio de Chopin, mas também o belo que Francisco de Assis via nos leprosos.
Um belo divino.
Um belo que o amor são os olhos.

“Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens…
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade…
É a eternidade.
És tu.”
Cecília Meireles







