O frio novo
- fiatluxmkt
- 10 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de out.

1. Os raios de sol do entardecer que sempre iluminam a maturidade da história nossa, hoje trazem um tom diferente
Um calor diferente
Uma maturidade diferente.
Uma certa tristeza que vem da estranheza de saber-se,
Diferente.
Sentir-se um tom menor na escala pentatônica da luz.
Hoje, por detrás do antigo entardecer, abrem-se novas claridades
Semitons de entardecer
E desse sutil efeito de sentir, um reconhecimento mais afinado do milagre
Por receber da Vida um grau subatômico de amadurecer.
Não somos os mesmos
Somos diferentes.
Carregamos uma força,
uma força estranha,
que esfria os ossos e as células
e abre imensidões.
Os olhos do entardecer são diferentes
De um amadurecer novo.
São olhos novos envelhecidos de maduros.
2.
Existe, sim, a nostalgia
Mas é nela que nasce uma força de estranheza do novo
Uma força ampla
horizontal
Mais lúcida do milagre frágil que é a Vida.
E é o que me dá vontade de senti-LA mais Viva
Querer vivê-LA, mesmo com o frio do novo.
É vontade e medo
Porque vivemos a vida nossa, apertada demais
Dentro de papéis
Concretos que nos define a vida compacta.
E esse hoje respirar um entardecer diferente
Sentir o sol do entardecer que nascia e morria todos os dias, hoje, como um milagre novo
A Vida
É novo e caminho sem volta
Não há como voltar as vendas nos olhos.
O novo é frio, mas é milagre.
É presente vivo
Que vamos abrindo
3.
E lá no fundo do presente encontramos o sagrado
Da Vida.
Mistério divino intocável, pela palavra.
Dá medo
Mas é o que somos
Não somos o que fomos
Somos diferentes
Hoje somos esse frio
É que estamos mais próximos
E, ao mesmo tempo, imensos
Sem limites
Sem fôrmas
Um pouco mais livres
E próximos


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