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Para onde a leveza te leva?

Atualizado: 15 de out.

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1.

Perguntas sem resposta: 

Para onde a leveza te leva?

Como? 

De carro, moto, avião, qualquer condução?

Quem ela leva? Quem é ela? Quem é você?

Queres realmente ir? Ou preferes ficar?

As águas do rio que levam, escolhem o mar?

Ou o mar as escolhe?

As nuvens acima do mar têm destino?

Por acaso as raízes dos plânctons dão asas ao mar?

As muralhas são asas que nos levam ao alto, ou seriam as montanhas?

Ou seria levemente tocar o próprio coração e aí já estar?

Morada da Leveza

Neste simples ato de conhecer-se pelo tato

Sentir-se (leve)

simplesmente

Além das metas e do que já doeu

Sentir  o coração

Esta porta sempre aí 

disponível naturalmente

experimente

E  instantaneamente, este toque te diz: _Está tudo bem. Não existe solidão. Nem medo, ansiedade.


2.

Ao sentir o seu coração, o amor instantaneamente floresce como um abraço

E exala o seu perfume de paz e autocontentamento

Sem nada demandar

Só você e o seu coração

Ele te sussurra que existe uma harmonia inerente em tudo

Que sabe um saber amoroso, morno, cálido

E que o ir ou ficar navega por si só

Não é o barco que nos leva, são as águas do mar

O barco são os pincéis, as tintas, a tela em branco

Mas é o oceano de ternura da Vida que faz nascer a arte


Como artista, todas as vezes que tentei definir ou planejar o destino de uma tela, fatalmente a arte morria! A olhos vistos!

Estagnava, e eu sem saber para onde ir.

Minhas telas me ensinam a cada dia que elas são um vir a ser em si mesmas.

E que a minha ação é de ausculta.

Entrega ativa

Abandono gostoso de ir sentindo, experimentando

 

Quando eu deixo ir (o controle), chega o que tem que chegar por vias próprias 

e supreendentemente

Chega a beleza que era para chegar

O colorido, ou o branco

A curva sinuosa, ou a precisão da linha reta

A geometria sagrada, ou o a dança das células do hipocampo



3.

Atualmente estou pintando o Himalaia

Que pensava eu ser uma montanha

Nobre, mas uma montanha

Todavia, o que ela vem me revelando é que foi ela quem me escolheu

Ah e que amor ela transborda em mim por ela, pelos átomos da minha respiração!

Não para decifrar mensagens a serem guardadas nos arquivos de memória do controle mental

Mas para iniciar-me 

Encontrar refúgio na imensidão, em tudo que se agiganta para fora dos limites

Sem limites.

E próxima do céu

Porque assentada em uma ascese

E eu reverencio a Vida sem querer conquistar o Himalaia

Mas sê-lo

Senti-lo

Escutá-lo

Porque a sua voz é uma voz que fala à minha voz


Gratidão ao Himalaia

Gratidão a você que me escutou até aqui

Que este aqui, possa  te levar aí

Neste espaço de ser 

 Leve, bem leve


Deixo-lhes o poema de Maurício de Azevedo, Pequena Janela para uma Razão Poética.  


4.

A leveza possui um perfume próprio que não pode nunca ser encontrado

pega-nos de surpresa

pega-nos de surpresa

pelo olfato da alma.

É tão encantadora a leveza que a perseguem, reis, poetas, sabios

filosofos, doutores, artistas

mas é da leveza ser só ela,

para poder ir mais longe

do que todos os céus possam conceber.

Tece a leveza, seu saber

é matéria da leveza, a sua calma

oir e voltar, sem assinar os passos

só o perfume da leveza, o éter

a identifica de fato

assim chegou-me ela, mansamente

como a flor e a luz de um poema

a leveza chegou como uma notícia alegre

daquelas que cortam ruas

para chegar mais depressa.

A leveza chegou como a palavra certa

o tempo certo, o abraço correto

na sensibilidade querida

como a música trazida do longe

um tempo longo de uma jornada

transmutada em instantes

como as folhas acompanhadas

que das arvores se despreendem

suavemente, singelamente

orquestradas

levemente, sábias

essa doce leveza amiga

como visita querida

que a muito tempo não se sabia

que só podia trazer-me notícias boas

mas a qual era preciso um abraço

para firmar a poesia.

Como a leveza que era

leveza mais que amiga

não vinha apressada, vinha suave

vinha aquecida, vinha perfumada

vinha calma, vinha minha

vinha dourada, vinha rainha.

Vinha flor, vinha certinha.

Contava-me a necessidade de não ter peso

ser esguia, ser ágil, ser fluida

tornar doce aquilo que era ira

fazer amavel o que forjava-se bruto

conferir leveza ainda mais

ao céu, a pluma

da leveza que nos é doce,

como podemos nos esquecer, nos entristecer

qual leveza mais leve

pode o amor oferecer

qual leveza se atreve

mais que esta leveza agora amiga

me amar, me enternecer.

e a leveza me abraçando, amiga

ia me tomando a alma

ia tomando -me o espírito

e a paz sentida, era então indescritivel

sentida na plenitude

daqueles voos no horizonte

dos banhos imersos nos sonhos

a leveza me concebia

em uma nova vida

contou-me suas rapsodias

de forma leve, bem leve

me deu um até breve,

e disse, amigo, volto depois.








 
 
 

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